sábado, 29 de novembro de 2008

Toxoplasmose



Para a Sónia que me pediu que falasse de toxoplasmose, aqui ficam algumas noções e esclarecimentos e para todos aqueles que necessitem dessa informação ou apenas gostem de conhecer mais sobre a saúde humana.

A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial. É uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Ocorre em animais de estimação e produção incluindo suínos, caprinos, aves, animais silvestres, cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos. ( bovinos, suínos, cabras, etc). Acarreta abortos e nascimento de fetos mal formados.
Toxoplasma gondii possui três formas infectantes em seu ciclo de vida: oocisto, bradizoítos contidos em cistos e taquizoítos.
O gato e outros felídeos, que são os hospedeiros definitivos, estão relacionados com a produção e eliminação dos oocistos (ovos) e perpetuação da doença, uma vez que somente neles ocorre a reprodução sexuada do parasitos. Eles ingerem os cistos que estão nos tecidos dos animais homeotérmicos, principalmente dos ratos e pássaros. Após essa ingestão passam a eliminar nas fezes os oocistos não esporulados. No ambiente, atráves de condições ideais de temperatura, pressão, oxigenação e umidade os oocistos levam de 1 a 5 dias para se esporular e se tornar infectante.

Transmissão

A toxoplasmose pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados com oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, que abriguem os cistos do Toxoplasma. A ingestão de leite cru contendo taquizoítos do parasito, principalmente de cabras, pode ser uma forma de infecção, mas provavelmente rara, pois a cabra tem de se infectar durante a lactação para que exista a possibilidade de passagem de taquizoítos para o leite.
A toxoplasmose pode ser transmitida congenitamente, ou seja, da mãe para o feto, mas não se transmite de uma pessoa para outra. Seu diagnóstico é feito levando em conta exames clínicos e exames laboratoriais de sangue, onde serão pesquisadas imunoglobulinas como a IgM e IgG. E causada pelo protozoario toxoplasma gondii.A pessoa contrai a doença ingerindo carne (crua ou malcozida) contaminada com o protozoário.

Toxoplasma gondii

O Toxoplasma gondii é um protozoário parasita intracelular obrigatório do grupo dos Apicomplexa, como outros parasitas como o Plasmodium. Há pouca variação entre os toxoplasmas presentes em diferentes partes do globo, podendo-se dizer que só há praticamente uma estirpe. O toxoplasma só pode reproduzir-se se as formas excretadas nas fezes dos gatos forem ingeridas por animais que os (outros) gatos caçam, podendo assim infecta-los. Se for ingerido por seres humanos, a sua reprodução é inviavel, uma vez que só no intestino dos felídeos é que pode adaptar formas em que é excretado.


Ciclo de Vida

O T.gondii assume diferentes formas em diferentes estágios do seu ciclo.
O ciclo inicia-se pela ingestão de cistos presentes em carne (por exemplo de porco, rato ou coelho), pelos felídeos. A parede do cisto é dissolvida por enzimas proteolíticas do estômago e intestino delgado, o parasita liberado do cisto, penetra nos enterócitos (células da mucosa intestinal) do animal e replica-se assexualmente dando origem a várias gerações de Toxoplasma atráves da reprodução assexuada. Após cinco dias dessa infecção, inicia-se o processo de reprodução sexuada, em que os merozoítos formados na reprodução assexuada dão origem aos gametas. Os gâmetas masculino (microgameta) e feminino (macrogameta), descendentes do mesmo parasita ou de dois diferentes, fundem-se dando origem ao ovo ou zigoto, que após segregar a parede cística dá origem ao oocisto. Este é expulso com as fezes dos animais após nove dias (cada gato expulsa mais de 500 milhões de oocistos em cada defecação).
O gato é o hospedeiro do T.gondiiJá no exterior, sofre divisão meiótica (esporulação) novamente após alguns dias, formando-se dois esporocistos cada um com quatro esporozoitos. Uma forma altamente resistente a desinfectante pode durar cinco anos em condições úmidas. Estes são activados em taquizoitos se forem ingeridos por outro animal, chamado hospedeiro intermediário: por exemplo, um rato ou coelho que coma erva em que algum gato ou outro felídeo tenha defecado ou uma criança ou adulto que mexa com os dedos em material contaminado com fezes e depois leve-os à boca. Os taquizoitos multiplicam-se nas células do hospedeiro intermediáio, onde algumas formas formam cistos nos tecidos. As formas activas são destruidas pelo sistema imunitário, mas os cistos permanecem. Se o animal for caçado e devorado por um felídeo, os cistos libertam os parasitas dentro do seu intestino, infectando o novo hóspede definitivo.

Epidemiologia

Existe em todo o mundo. Mais de metade da população, mesmo em países desenvolvidos, tem anticorpos especificos contra o parasita, o que significa que está ou já esteve infectada (o que não significa que tenha tido a sintomatologia da doença, pode ter tido a infecção assintomática). O ser humano é infectado após ingerir oocistos expelidos com as fezes por gatos infectados, ou ao comer carne mal cozida de um animal que tenha ingerido o parasita de fezes de felídeos (ovelhas, vacas e porcos, tal como os humanos são infectados). Levando em conta também, que a modo de contaminação mais comum é ingerindo carne mal cozida e contaminada.
É importante que as mulheres grávidas façam o exame que detecta se elas são imunes a toxoplasmose. Há pessoas e até médicos ignorantes que recomendam o "descarte" do animal da casa onde a mulher vive. O importante para as mães que têm gatinhos e não são imunes para a toxoplasmose, é evitar o contato com as fezes e, conseqüentemente, arrumar outra pessoa pra limpar a caixa de areia ou apenas usar luvas.


Progressão e Sintomas

O Taquizóito é a forma activa no Homem e nos hospedeiros intermediários, com 5 micrómetros. Invade as células humanas e lá se reproduz por mitose, principalmente nos macrófagos, células musculares e cerebrais. Após ruptura da célula, os parasitas descendentes saem para o exterior e invadem novas células. Na maioria dos casos o sistema imunitário entra em ação e destroi todos os parasitas livres, contudo não detecta aqueles poucos que encistaram. Os individuos com sistemas imunitários saudáveis são geralmente assintomáticos. Em indivíduos com SIDA/AIDS, "stress", câncer ou com qualquer outra doença que afete a imunidade, a infecção é grave, pois o sistema imunológico não consegue combater a doença. Se a infecção se der durante a gravidez (o que ocorre em 0,5% das gestações), os parasitas podem atravessar a placenta e infectar o feto, o que pode levar a abortos e a malformações em um terço dos casos, malformações como hidrocefalia podendo também ocorrer neuropatias e oftalmopatias na criança como défices neurológicos e cegueira, mas se a infecção tiver sido antes do inicio da gravidez não há qualquer perigo, mesmo que existam cistos.
Os cistos contém uma forma infectante do parasito, que é o bradizoito, e em vez de se reproduzir rapidamente, formaram antes estruturas derivadas da célula que infectou, forte e resistente, cheia de liquido e onde o parasita se reproduz lentamente. Os cistos crescem e podem afetar negativamente as estruturas em que se situam, mais frequentemente músculos, o cérebro, no coração ou na retina, podendo levar a alterações neurológicas, problemas cardíacos ou cegueira, mas geralmente sem efeitos nefastos. Os cistos permanecem viáveis por muitos anos, mas não se disseminam devido à imunidade eficaz ganha pelo portador, inclusive contra mais oocitos que possam ser ingeridos. Se o indíviduo desenvolver ou for medicado para imunodeficiência, como após transplantes de orgãos, doenças autoimunes ou na SIDA/AIDS, as formas ativas podem ser reativadas a partir dos cistos, dando origem a problemas sérios, com sintomas como exantemas (pele vermelha), pneumonia, meningoencefalite com danos no cérebro e miocardite, com mortalidade alta.

Diagnóstico e Profilaxias

O diagnóstico é pela sorologia, ou seja, detecção dos anticorpos especificos contra o parasita, como as imunoglobulinas IgM, que só existem nas fases agudas, e IgG que está aumentada na fase crônica da doença.
Na maioria dos casos não é necessário tratamento já que o sistema imunitário geralmente resolve o problema. Na gravidez ou em imunodeprimidos usa-se espiramicina, pirimetamina e sulfadiazina, para controlar a multiplicação do Toxoplasma gondii, mas também deve ser fornecido ao paciente ácido fólico ou levedura de cerveja, para regularizar o sistema imunológico.

Prevenção

As mulheres grávidas devem evitar o contato com fezes de gatos, pois estas podem conter oocistos, não ingerir água de origem desconhecida e sem estar fervida, nem carne crua ou mal cozida durante a gravidez. No caso dos gatos, lavar as caixas com água, ferver frequentemente e nunca toca-las por mãos sem luvas. Alimentar os gatos com comida enlatada, ração, água fervida ou filtrada, não lhes permitir caçar animais também reduz o risco e nunca alimentá-los com carne crua ou mal passada.

3 comentários:

Val disse...

Bom dia Mago,li com atenção seu texto.Algumas vezes escutei falar sobre toxoplasmose,mais não conhecia direito esta doença.Lendo seu texto aprendi como evita-la e você sobe colocar bem as palvras para nos sempre tomarmos as providências corretas.Fiquei a imaginar aqui,pois,a leitora Sônia pediu que escreve sobre a toxoplasmose espero que você com suas informações ajude-a.Deve ser dificil quem teve ou tem esta doença e as sequelas que fica.
Querido amigo Mago,continue com este trabalho lindo que esta fazendo aqui no blog.
Beijos com carinho

Anónimo disse...

Não sei quem copiou de quem... mas seu texto, apesar de bom, está IDÊNTICO com o da Wikipédia.
Mesmo assim devo parabenizá-lo por dar atenção e responder às perguntas e curiosidades das pessoas.

Arionildo Moraes disse...

Boa tarde !! SOU ESTUDANTE DE bIOMEDICINA, E LI SEU TEXTO PARA TERMINAR UM TRABALHO. Gostei muito das informações contida nele, é um texto claro, de facil compreenção. Obrigado, pois ele foi de grande ajuda.